Em 2020, a socialite @parishilton lançou um documentário chamado “This Is Paris” onde revelou pela primeira vez que a imagem de “loira, burra e fútil” que a consagrou é, na verdade, apenas uma personagem criada por ela – e muito lucrativa, por sinal. O motivo dessa ‘máscara’, porém, é bem triste.

No documentário, que conta com depoimentos de amigos e familiares, Paris conta ter sofrido abus0s físicos e psicológicos durante quase 1 ano em um colégio interno quando ainda era adolescente.
Por conta do trauma, Paris perdeu a habilidade de confiar nas pessoas (principalmente em sua família) e sofre até hoje para conseguir dormir — por conta dos pesadelos que ainda tem com aquele período.
Hilton foi enviada aos colégios internos ainda durante a adolescência, quando sua família se mudou para Nova York e ela começou a fazer parte da cena de raves e festas na cidade. “Acho que me viciei na vida noturna ainda muito nova porque era onde eu me sentia aceita. Foi lá que realmente me tornei Paris”, conta.
Os pais, porém, ficaram horrorizados e —preocupados em manter a boa reputação da família — a mandaram para longe.

A primeira “escola” ficava no meio do deserto e os alunos eram obrigados a trabalhar na terra durante o dia inteiro. Com algumas amigas, Paris tentou fugir pelos campos de milho, mas foi pega e apanhou dos funcionários na frente de todo mundo.
Depois, ela foi enviada a um outro colégio parecido e — após escapar mais uma vez para voltar para casa — Hilton teve seu quarto invadido durante a noite:
“Eu pensei que estava sendo sequestrada e comecei a gritar por socorro para os meus pais. Enquanto os homens me carregavam, vi minha mãe e meu pai parados na porta chorando. Ninguém me dizia o que estava acontecendo ou me ajudava”.
Foi então que ela foi levada à Provo Canyon School, no estado de Utah, o lugar em que sofreu os piores abus0s.

Lá, os alunos eram obrigados a tomar remédios que não conheciam e, se recusassem, eram enviados a uma solitária onde ficavam confinados nus por até 20 horas.
“Você ficava sentado em uma cadeira encarando a parede durante o dia inteiro enquanto eles gritavam ou batiam em você. Eu sentia que as pessoas que trabalhavam lá gostavam de ver crianças serem t0rtur4d4s nuas.”
Os pais de Paris aparentemente não sabiam dos abusos até a gravação do documentário. Ela diz que nunca teve coragem de contar porque, se o fizesse, seria ainda mais punida pelos funcionários da instituição (mas deixar a filha ser levada como uma criminosa sem qualquer explicação já me parece um pouco suspeito).
Depois de deixar Provo Canyon, Paris criou essa persona de garota mimada para evitar a dor de seu passado traumático e, assim, obter sucesso financeiro e midiático. A estratégia deu certo.
Após o lançamento do documentário, a Provo Canyon School emitiu um comunicado informando que havia sido vendida em 2000 e que os novos donos nada tem a ver com essa história. O que também é de se duvidar, né?
Ao fim de “This Is Paris” outros colegas da socialite que também sofreram abusos na instituição dividiram suas experiências e se juntaram na campanha #BreakCodeSilence, que visa impedir que esse tipo de “escola” seja perpetuado.
